Filmes de heróis e catástrofes: pequenos detalhes
Como eu havia escrito antes, mais precisamente no texto “O Despertar da Força”, não digo que seja um dom mas, a condição de perceber a forma de reger de maestros sobre uma mesma música, para mim, é tão clara quanto a água mais pura que possa existir. Claro que de repente, isso soa um certo exagero, mas, é fato, quando ouço uma bela sinfonia tocando, já fico atento em pequenos detalhes.
No texto desta terça-feira (8), eu não quero detalhar algo de minha vida, mas expor um detalhe importante que vi neste domingo (6). Não sou, e muito menos passo perto de grandes críticos de cinema. Aliás, eu gosto de todos eles, inclusive, Rubens Ewald Filho, que desde minha juventude, aqui no hospital, quando haviam chances de suas criticas passarem na TV, eu parava tudo que estava fazendo para prestar atenção, e receber com muito agrado informações riquíssimas sobre a sétima arte. Quando ele tinha um canal, acho que no UOL, lhe escrevi um e-mail que foi respondido no ar.
Hoje, devido a internet que nos mantém conectados constantemente, temos vários críticos visionários que exprimem com muitos detalhes informações marcantes não somente de filmes mas, também, de atores, de diretores e de grandes produtores.
Mas, no domingo à noite, percebi algo muito interessante no filme que assisti: “Vingadores 2 – A Era de Ultron”. Bem, todos sabem que a Disney domina o mercado audiovisual cinematográfico, como a maior ganhadora de Oscar de animação do mundo. Além da Lucas Films, anos antes, a Disney também comprou a Marvel.
São pontos que acabam me assustando porque eu tive uma adolescência envolta de gibis e mais gibis de grandes heróis que me fascinaram. Não sei ao certo se estou escrevendo besteira, mas teve uma época em que acredito que a Marvel lançou um gibi de um personagem um tanto quanto radical. Sim, até hoje lembro de uma frase desse personagem que dizia: “Quem disse que não rezo para os meus inimigos? Rezo sim, para que estejam no inferno!”. Quem disse isso, foi Marshal Law e, acabo de descobrir que era da Epic Comics. Mesmo assim, parece que esses heróis, que fizeram parte de minha juventude, tiveram um aprendizado extensivo de boas condutas e de como controlar cada vez mais as suas emoções.
De qualquer maneira, ainda irei a fundo no meu ponto de vista do filme que assisti. Vejam bem. Se pegarmos grandes diretores de filmes catástrofes, como Michael Bay –que parece ter se cansado de “Transformers”–, e meu diretor preferido neste estilo de filme, Roland Emmerich, o qual marcou minha primeira vez no cinema com “Independece Day”, e os diretores que a Disney escolhe para seus filmes, dá para perceber claramente um pudor concentrado nas franquias da Marvel.
Você deve estar se perguntando por que em vez de falar da Disney, eu não cito apenas o diretor Joss Whedon, mais conhecido por dirigir series para TV, como “Buffy, a Caça Vampiros” e outras? Simples, pois qualquer diretor terá que respeitar determinadas regras e paradigmas que a Disney propuser, justamente por respeito aos seus quase 115 anos –contados a partir da data de nascimento de Walt Disney, em 1901.
Uma pergunta para fans de filmes como eu. Claro que existem explicações mais lógicas que minhas observações mas, por que será que não escolheram Tim Burton para dirigir a continuação de “Alice no País das Maravilhas”, que ele dirigiu em 2010? Para mim, o filme é maravilhoso. Conheço pessoas que, só de verem meu papel de parede com o Chapeleiro Maluco em um belo e colorido mundo mágico de Alice atrás, sentem certos arrepios e desviam seus olhares.
Geralmente, os filmes desses dois diretores, quando chegam ao clímax da destruição humana, a tensão que nos cerca é de uma certa maneira palpável, se estivermos no cinema comendo pipoca. Aliás, essa quase nem chega em nossas bocas, justamente quando estamos a ponto de não encontrarmos mais esperança de nossa existência nas grandes telas.Chego até a pensar o paradeiro do cameraman: deve ter deixado o equipamento no automático e pego um táxi para, ao menos, tentar chegar aos seus familiares. Só pode.
No filme dos “Vingadores” não foi assim. Geralmente, o melhor fica para o final, quando ficamos ansiosos e não tiramos os olhos da tela para prestar atenção no ato final da vitória humana. Contudo, quando esse filme chega no auge –sendo que, nos trailers antes de a estreia do filme no cinema, nos transmite um verdadeiro armagedom– simplesmente a tensão cai, e tudo se transforma no mais lindo e belo momento de alívio e felicidade. Tem até uma cena de um dos personagens, que teve seu braço arrancado e imediatamente é cauterizado, não há nem uma gota de catchup para ao menos mostrar um pequeno machucado.
Este texto não é para mostrar falhas, erros ou críticas de maneira ofensiva, mas sim, apenas compartilhar as minhas observações. Se, em algum momento, deixei estas marcas, peço realmente perdão a quem for.
É interessante ver também, e estão muitos visíveis neste filme dos “Vingadores”, cenas que mostram, claramente, que “Star Wars” pertence a Disney; aeronaves pousando em suas bases, até mesmo uma frase dita sobre o lado negro da força. Estão tudo lá, unidos, como a teoria de que as animações da Disney estão unidas, como se fossem apenas uma.