Pensamentos sobre a vida

paulohenrique

Bom dia, meus queridos e amados amigos! Como vocês estão? Espero que estejam bem, mesmo com essa fria segunda-feira de final de outono, que tanto nos dá preguiça de acordar de um sono gostoso e enfrentar o dia.

Vou ser sincero: odeio que me acordem. Dá aquela raiva, sim, fico furioso. Por isso, deixo meu relógio de pulso programado todos os dias para despertar às 7h15. Vocês devem estar me achando um completo maluco. Mas é que, durante a madrugada, quando as 6h se aproximam, toco na tela do relógio e ouço o Mickey dizendo “six o’clock”. Quando vai dando 7h, toco novamente na tela e acabo me despertando bem antes do horário programado. Sim, todos os dias acordo antes das 7h15. Geralmente por volta das 6h30. Às vezes até antes quando a amada insônia deseja algo a ponto de me incomodar.

Já estou, de certa forma, acostumado com isso. Não tenho o costume de tomar remédios para dormir porque compreendi que as noites são realmente curtas. Devemos aproveitar o que a vida nos oferta ao máximo, em cada segundo.

O problema é que posso até estar bem hoje. Mas, quando tenho noites mal dormidas, chega aquela hora em que o cansaço domina. Mais ou menos nesse instante, enquanto escrevo esse texto. Agora são exatas 10h12. Como eu disse, uma manhã morna onde o Sol timidamente surge entre as suaves nuvens que o cobrem. Aqui dentro do quarto não chega a estar frio como eu gostaria que estivesse. Eliana, sim, sente muito frio. Enquanto eu aqui digito estas poucas palavras, ela está lá, cheia de cobertas e edredons, lendo algum bom livro.

Francamente, faz tempo que não leio como gostaria. Como vocês têm observado em meus textos anteriores, atravesso uma grande tempestade, que demora a passar. Claro que essas coisas dependem de mim e tenho que ter força sobre-humana para tentar revertê-las. Não é nada fácil. Há momentos em que penso em me entregar. Parar de alimentar uma rebeldia insana que, se deixasse tomar conta de minha vida, já não mais estaria aqui.

Durante o café da manhã (pasmem! Dois pedaços de pizza de ontem à noite e uma xícara de café com leite), fiquei refletindo sobre o sonho que a Eliana vem tendo. Seu desejo de um dia ir embora e eu permanecer aqui. Não que isso seja ruim, jamais! Não estou aqui para impedi-la de conquistar tudo que almeja. Aliás, quando chegar o momento dessa despedida, eu lhe agradecerei por todos estes anos ao meu lado. Direi estar muito agradecido por cuidar de mim, por suportar a minha pessoa e entender minha maneira de ser.

Mas este texto não é exatamente uma despedida. Nada disso! São apenas reflexões enquanto saboreio uma deliciosa pizza. É mais que certo que mente vazia é oficina do capiroto. Mas, acredito que nem tudo venha do tinhoso. O que eu realmente quero é compartilhar pensamentos que hoje fervem em minha mente. Vários não são bons. Outros são apenas umas poucas ideias malucas, hipóteses sobre a vida. Mas o que pode me oferecer pensar na vida? Eu apenas luto diariamente comigo mesmo diante das responsabilidades que tenho que assumir. Meu Deus! Como é duro isso! Como é complicado ter que parar de pensar e aceitar as coisas mais simples da vida.

Só que, infelizmente, não funciono assim. Não sei se somos determinados desde o nascimento. Se, assim que choramos pela primeira vez, tudo começa. Novamente, escrever aqui que tudo é complicado revela claramente o labirinto que enfrento no meu caminhar. Uma grande parede. Mas dou meia-volta, tento buscar novos caminhos.

Acho muito legal dizer que, durante a vida, estamos, sim, dentro de um imenso labirinto. Só não é infinito porque existe a morte. E, quando ela está próxima, mesmo em tenra idade, a vitória é mais que certa. Existem casos estranhos, não amigos? Vejam, mal uma criança nasce, ela já dá o seu adeus, ou mesmo nem precisa nascer e se despede, sem nos permitir senti-la em nosso colo. Nesse caso, penso que somos nós quem tem algo a aprender.

É extremamente doloroso quando uma mãe perde seu tão amado filho. Deve enxergar algo que poucos vêem. O que seria, não faço ideia. Mas o que fica evidente, o que muitos concluem naquele momento, é a injustiça da vida. Ou que Deus impôs seu castigo. E assim muitos outros sentimentos ruins afloram naquele pequeno segundo, que tem ares de eternidade.

Mas, sendo o tempo relativo, eu vejo que um dia é pouco para tudo aquilo que eu realmente gostaria de fazer.  Ou então, quando você está em um lugar encantador, cheio de amor e alegria, tudo passa como se fosse um átimo.

Realmente, a vida nos surpreende e, muitas vezes, estes testes de força e paciência exigem mais do que somos capazes de suportar. Não está nada fácil, meus amigos. Mas, quem disse que seria o contrário? São justamente as dificuldades que nos fazem querer enfrentar os obstáculos que surgem diante de nós. Sim, como deve ser fascinante para um aventureiro estar diante de uma enorme montanha que impede seu caminhar. Olhar para o alto para calcular o tempo de escalada. Sua condição física é produto de uma matemática que surge de imediato. Mas vejamos se este aventureiro fosse você, ou mesmo eu. Se essa montanha estivesse diante de nós, com contornos distintos daqueles que imaginamos. Calcular essa tarefa não é nada fácil. Exige muito raciocínio para que não abandonemos a escalada, para que não escorreguemos ao tocar o topo.

Incrível a vida não? Ela nos prega cada peça. E ainda assim seguimos em frente. Temos sempre, ao nosso lado, um guia, ou uma bússola. Pode ser qualquer amigo, ou mesmo nossa família. Eles estão ao nosso redor para nos ofertar sua visão daquilo que viveram. Suas experiências e as provas pelas quais passaram. Não estão presentes para impedir nosso caminhar. Apenas para nos alertar. Nossos guias têm suas feridas, mas não mais que os cristais mais lindos jamais imaginamos encontrar. Durante suas vidas, foram sendo lapidados. Cada lasca arrancada foi uma dor. Hoje, devemos no mínimo escutá-los, para que nossa caminhada não seja solitária.

Quanto ao jogo de ontem, apesar do empate, nossa seleção merecia vitória. Só o fato de estarem presentes em uma copa do mundo já é uma grande taça que carregamos em nossos corações. Gostei muito do jogo, me fez lembrar das copas passadas. Senti saudades dos médicos que estiveram ao meu lado, presentes, fazendo companhia.