Viver entre tempestades

Folha

Boa noite, amigos. Pode ser que você tenha reservado este momento para ler um pouco de mim e buscar algo que faça refletir sobre as ideias que venho compartilhar. Ou, pode ser também que, em suas viagens virtuais, não houvesse nada de interessante que prendesse sua atenção.

Pois bem, ontem escrevi um texto (um desabafo na verdade) e infelizmente não posso expor aqui. Esses tempos estão bem estranhos e tenho que saber tirar proveito do que me está sendo ofertado.

Como um velho ditado que diz: “se Maomé não vai à montanha, a montanha vai à Maomé”, resolvi agir. Sim, vamos procurar ofertar ao próximo pelo menos simpatia e respeito.

Você deve estar achando confuso esse lema, mas não tenho ideia de como explicar de maneira correta e justa o que tenho passado. Não é algo tremendo, absurdo. Mas machuca e deixa um grande sentimento de desamparo.

Estou aqui, porém, um pouco mais aliviado e tranquilo. Mesmo assim ficam vestígios de uma brisa que a qualquer instante pode apagar a luz de uma vela coberta por cera como lágrimas congeladas pelo tempo. Por mais que a vida exija de mim, o medo me domine, e a fé que tenho se dissipe em meio a guerra que vivo.

Agora mesmo já me sentindo tranquilo, pronto para dar passos adiante, algo me nocauteia e reflito sobre o que pode ser, mas não encontro razão para esse medo de viver. Apesar disso, creio que tudo ainda possa mudar para melhor. Preciso acreditar nisso.

Amigo que nesse momento lê minhas pobres palavras, atrevo-me a dizer que preciso de seu abraço. Sim, daquele bem apertado e demorado para que eu não sinta que estou só nesse mundo. Entendo que muitas vezes, quando o sol está a pino, sem que a gente espere, vem a escuridão.

E, nesse momento, em meio ao desespero, só me resta as lágrimas brotarem de meus olhos em busca de conforto.

Mas não sou fraco. Posso realmente chorar, porém, por mais que sejam pesados os meus passos, me arrasto em um solo frio e duro na direção que devo seguir. Sempre em frente, jamais para trás.

Manter um certo ritmo, avançando contra o que me impede de seguir em frente exige além de minhas forças. Mas procuro combater tudo que queira me derrubar e fazer com que meu dia não seja desperdiçado.

De todas as poucas palavras que escrevi, que expressam um grande pesar e pouca esperança, deixo claro que algo muito forte em mim ainda me faz querer viver. Não posso afirmar o que realmente é.

Mas sim, é um ser superior a tudo que há em nossas vidas. Pode ser que seja Maomé ou Jeová ou qualquer outro nome de um único Deus, o que se transformou em carne, viveu entre nós e deu sua vida pela nossa salvação.

É muito bom usufruir de tudo que é mais simples. Vejam as flores, mesmo em meio a guerra, elas se atrevem a brotar. Basta apenas a menor partícula de água para que, em meio a poeira, elas tenham forças para viver.

Vejam a água: o caminho que ela percorre nos surpreende por mais que existam pedras em seu caminho. Ela se mistura a terra e novas vidas nascem dessa harmoniosa união.

A natureza é mais que sábia em suas atitudes. Nos presenteia com maravilhas, com milagres imagináveis. Mas, devido nossa extrema ansiedade, deixamos de dar atenção quando a brisa leva bem distante uma semente que deixará rastros de uma nova vida.

Dentro de nós existem esses encantos. Basta apenas permitir que nossas mentes fiquem tranquilas, que apenas coisas boas façam parte de nossos corações. A cada irmão que se aproximar de nós, seremos herdeiros de bons ensinamentos.

A esperança dentro de mim existe, mais forte que qualquer tempestade que venha me derrubar, pois sei que sou mais do que eu mesmo imagino ser. Quero viver intensamente a cada instante que a vida me permitir.