No caminhar que a vida de mim exige

Tempos difíceis estes, meus amigos. Sim, tão complexos que exigem grande atenção e muita paciência. Ontem mesmo, dediquei boas palavras a um amigo que ainda não conheço pessoalmente, mas estas deveriam ser direcionadas a mim, já que a tempestade de dias ainda se mantém, demora a se dissipar.

Quem sabe, um dia, o céu se torne um lindo azul e minha face volte a expressar um doce sorriso. Como disse a esse amigo, para conquistar a paz, devemos enfrentar grandes guerras, difíceis de lidar. E assim, ficamos meio desatentos a lindos detalhes que a vida nos oferece. Estamos tão cegos que quando o Sol se põe nos assustamos pelo dia já ter terminado.

Estamos em duras batalhas, que nos exigem por completo, e deixamos de viver para nós mesmos. Isso é tão injusto, e só paramos para pensar quando algo nos atinge, como uma doença, uma enfermidade.

Bem, meus amigos, eu afirmo e sempre afirmarei: eu os amo. É bom e cativante saber que estou cercado por lindas estrelas. Me traz um conforto tão gostoso, uma certa satisfação de vida. Isso me deixa mais tranquilo, sereno e calmo.

Porém, como seres frágeis que somos, não só fisicamente, também tenho meus momentos de grandes desastres emocionais. Tenho que pensar e refletir muito antes de agir ou mesmo para dedicar boas palavras àqueles que estão comigo, e isso não tem facilidade nenhuma.

Certas vezes, quando estou ocioso, gosto demais de ouvir a trilha sonora do filme que tanto amo, “Imensidão Azul”, do diretor francês Luc Besson. Quando meus ouvidos estão cercados pelas melodias do compositor Eric Serra, feitas para este filme, olho ao redor e me imagino nas profundezas do oceano. Vivo exatamente como o filme mostra, na companhia de golfinhos, que me observam.

Mas não são apenas estes seres que embelezam a cena que vivo enquanto estou ausente. É como se não houvessem paredes ou como se essas fossem destruídas, pois acima de mim, não muito distante, o Sol aquece a água que me cerca. Nesses momentos, me concentro a ponto de me sentir molhado, como se eu realmente estivesse submerso.

Bem perto de mim, um ser lindo e azul mostra sua majestade. Tento com dificuldade alcançar sua pele com as pontas de meus dedos e, num breve momento, consigo tocá-lo. Mas ele segue adiante, como se nada tivesse sentido.

Quando a música soa em meus ouvidos, nada é real, apenas um universo vindo de meu estado distante. Na verdade, não querendo realmente estar em minha realidade, prefiro a todo custo estar nesse mundo onde sou o único humano. Torno-me a raça mais rara do mundo onde, num instante, tudo será apenas uma lembrança.

Ao abrir os olhos, me deparo com a realidade e, assim, na minha luta diária, vou caminhando em passos duros, no caminhar que a vida de mim exige.