Bem-vindo, dezembro
Finalmente, dezembro de 2017 chegou. Para alguns, é o melhor momento de suas vidas, para outros, um completo inferno. Bem, para mim, é um momento de muitas saudades, reflete fatos que me alegraram mas, em certos pontos, foram massacrantes.
Muitas casas enfeitadas mostram com grande alegria alegorias natalinas com árvores e piscas, anunciando mais um ano que dá o seu adeus.
Mas aqui em meu quarto, juntamente com minha muito amada irmã Eliana, quase não há enfeites. Quando a gente pedia para os nossos amigos alegrar as paredes com muitos enfeites, aqui se tornava o quarto mais enfeitado em todo o complexo do Hospital das Clínicas. Chegava a dar certo desconforto aos administradores da UTI mas, infelizmente e, felizmente moramos aqui.
Bem, é mais do que óbvio que existe panetone o ano inteiro mas, eu e a Eliana mantemos uma tradição que nos foi ensinada desde que viemos para cá. Eu amo panetone sabe? Mas confesso, Visconti e Bauducco são para mim insuperáveis sendo que parece que o primeiro não existe mais.
Hoje, tudo mudou, as ideias mudaram, a visão do mundo mudou e assim, hoje existem panetones com bacon, calabresa, mussarela e mais parece uma pizza esférica do que realmente um panetone. Bem, há gosto pra tudo então, que sejam bem-vindos, mas não fazem o meu tipo.
E para falar em televisão, semana passada mesmo, contei para uma técnica em enfermagem sobre o meu passado. Disse que antigamente essa era a época de a gente esperar aquelas programações da Rede Globo. Foram os anos que passaram os filmes De Volta Para O Futuro e Flashdance, A Noviça Rebelde e Mary Poppins; tenho esses filmes em Blu-Ray.
Vou contar um segredo. Lembro claramente do ano que foi anunciado E O Vento Levou em um final de ano que marcou a vida de tanta gente mas, naquela época, as regras aqui eram bem rígidas e não podíamos assistir TV até tarde. Assim, não conseguimos ver esse filme por inteiro. Recentemente, ganhei de aniversário um Blu-Ray do filme, mas podem acreditar, ainda não assisti, parece que é um filme que não quer ser visto.
Esse final de semana mesmo, vi o trailer de um filme que sairá no cinema, tipo aqueles que são feito para o final de ano e assim, as TVs também já estão fechando suas programações com filmes natalinos.
Tenho saudades de tantas coisas, amigos. Essa era a época em que planejava passar um dia inteiro no shopping para ver os seus enfeites, ou passear na avenida Paulista e me deliciar com as maravilhas que enfeitam os principais bancos de São Paulo. Mas hoje, isso meio que perdeu o interesse, que triste isso não?
Tudo está precisando ser renovado, vivo, aceso, mas como? Será que nos tornamos tão frágeis que tudo que vemos acaba virando situações ruins? Bem, eu mesmo não sei, só tenho certeza de uma coisa: nada está sendo fácil para ninguém.
A culpa de tudo isso que nos assola é a internet, ao mesmo tempo que nos une com seus Whatsapps, faces, isso e aquilo, ela nos expõe à crueldade do mundo. Basta você gritar um socorro bem alto na rua que logo umas duzentas pessoas lhe apontam o celular criando uma transmissão em rede nacional anunciando um ataque terrorista e você somente esqueceu sua carteira na mesa da cozinha.
Estamos tão machucados com coisas que não queremos ver, mas somos obrigados a sermos testemunhas de um mundo de injustiças. Crianças sendo ofendidas sem ao menos terem noção da realidade. Pessoas que se acham intocáveis e vomitam suas merdas para todos ouvirem, que coisa mais chata, realmente chata.
Bem, estou aqui com mais um texto expondo minhas ideias e dizer que não, não sou e muito menos quero ser o dono da razão, mas para mim, sinto saudades daquilo que jamais vivi e talvez de algo que nem existe.
Vi recentemente um vídeo no Face sobre um caso nos Estados Unidos. Em um dia de Ação de Graça, uma família estava sentada à mesa e, em algum momento, parece que o pai reclamou que seu filho nunca ora para agradecer. Então, em um ato de rebeldia, ele criticou seu pai e começou a orar agradecendo aos seus videogames, coisa muito estranha mesmo.
De repente, aconteceu algo que deve ser muito comum no mundo todo, mas eu mesmo nunca tinha visto. O pai se levanta e começa a chamar atenção de seu filho na frente de todos. O menino começa a gritar, todos se levantam e o garoto vira as mesas cheias de comida e sobe para o quarto.
Bem, nessa situação, com certeza houve aqueles que devem ter entendido que ambos estavam estressados e assim destruíram um dia que era para ser de apenas agradecer o imenso amor que há entre nós.
Eu amo vocês! Bem-vindo, dezembro!