O Inevitável
Pela primeira vez escrevo algo totalmente diferente do que tenho escrito. Geralmente expresso gotas de minha vida, sejam elas de um passado inesquecível ou do momento em que vivo, regado de duras batalhas e força de viver.
Este texto não é um alerta e muito menos uma carta cheia de sensibilidade endereçada a estes poderosos governantes do mundo que enxergam apenas a si mesmos e não aqueles que realmente fazem a nação. Eles se esquecem que, sem nós, não encontrariam razão para governar.
Ontem passou na televisão uma matéria que, para mim, foi superficial. Esqueceram de explicar com mais detalhes que uma bomba de destruição em massa poderia dizimar quase dois terços da humanidade. Isso é muita gente e um fim nada digno de honrar nossa existência.
O mundo viveu muitas histórias desde sua antiguidade. Desde os surgimentos de castas e reinos até hoje, em 2017, quando vivemos completamente no domínio tecnológico. Onde quer que estejamos, avistamos pessoas caminhando apenas com seus sentidos falhos as guiando. Completamente dominados por computadores móveis, seguem uma carreira na ilusão de estarem acompanhados daqueles que as fazem bem apenas por sinal dos satélites que sobrevoam nossas cabeças, mas não sabem que a qualquer momento, por ganância, o mundo pode ser tirado de nossos pés.
Posso estar exagerando, ou mesmo com medo, mas no momento em que a TV mostrava apenas uma teoria do poder destrutivo de uma bomba de hidrogênio, um amigo expressou sua visão sobre os testes doentios do ditador norte-coreano Kim Jong-un. Para meu amigo, tudo não passa de um esquema entre outros países, sendo um deles a Rússia, para obrigar os Estados Unidos a atacar a Coreia do Norte. Assim, segundo ele, a maior potência armada do mundo seria enfraquecida e o inevitável seria visto pela rede de TV e internet do mundo todo: a destruição completa dos Estados Unidos da América.
Hoje, quando acordei, refleti e vi que o fato de elegerem Donald Trump, um obcecado pelo poder e pelo dinheiro, realmente dá mais lógica à teoria desse meu amigo. Tudo pode acontecer a qualquer instante.
Sou brasileiro, nasci em um país que amo apesar do momento. Mas estamos no domínio dos muitos falhos que acreditam estarem fazendo uma boa administração sem se lembrar dos muitos famintos que andam descalços nas ruas, favelas, e lugares distantes no nordeste de nosso país.
Não seria possível pegar esses dois que tanto se expressam no mundo, trancar em um quarto e deixar que ambos resolvam seus problemas entre si? Já estamos há cerca de 60 anos nas sombras de uma guerra que matou mais de 3 milhões de pessoas, sendo grande parte delas crianças inocentes.
Falar de guerra hoje é tão antiquado e sem sentido, mas existem aqueles que ainda insistem em ser donos do mundo. Eu esperava não estar vivo quando estes acontecimentos vierem a tona mas, pelo que ando observando, isso não está longe de acontecer.
Pessoas com seus ideais devem sempre oferecer segurança e conforto àqueles que precisam mas com cuidado para que isso não seja o inicio da soberba.
Se tudo isso vier a acontecer, o mundo irá se transformar completamente. Por pior que estejamos, nossas tradições e costumes serão outros este mundo estará vazio.
Estou incomodado com essa situação, pensando em tudo que vivi, no passado que herdei e tudo aquilo que fez de mim o que sou. O que é preciso para que nada disso venha a acontecer? Já temos problemas demais em nossas vidas e, mesmo assim, os que se consideram donos do mundo não são capazes de olhar as crianças que estão por nascer ou um pai que luta para ter o sustento de seus filhos.
Se isso acontecer, os heróis que tanto nos encantam irão partir, serão apenas lembranças como uma folha consumida pelo fogo. Muito que se criou terá sido em vão e o que se viu em uma tela fará parte de um passado sem som e cor de um universo destruído pela ignorância dos abastados.
Se olho para o passado, sinto uma satisfação de vida, de lugares que nunca fui mas tenho vontade imensa de poder beijar o seu solo. Que Deus me permita que um dia eu conheça um destes lugares para ficar ao menos uma semana, antes que tudo, inevitavelmente, vire pó.