Três Gigantes que Nos Dominam

Folha
Estátua a Justiça, em Brasília Crédito: Reprodução

 

Pela primeira vez, desde que iniciei meu blog, resolvi citar um tema que gera grandes debates. Talvez porque haja uma necessidade de criar e manter grupos responsáveis pelos direitos e acordos que regem cidades, Estados, o país.

Estamos deveras desestruturados moral e socialmente por estas pessoas que se sentem acima de muitos e que, por esta condição, não enxergam as necessidades dos que estão sob seus pés. Assim, somos pisados sem piedade enquanto o monstro da ganância tira da maioria da população a coragem e a vontade de viver.

Eu mesmo fico envergonhado por nossa Justiça ser cega e doentia. Fico pasmo com o desrespeito que ela demonstra ter pelo povo brasileiro ao colocar entre nós um assassino que nas ruas aparece em selfies como herói. Fico enojado pela Justiça demonstrar desinteresse em manter a paz, a honra e a harmonia entre os merecedores.

Com certeza, em alguns meses ou anos, milhões de reais serão gastos na filmografia indigna de um meliante que tem em suas costas a responsabilidade de uma vida, que foi cruel ao ponto de permitir que cães devorassem um ser indefeso em um ato frio. Nem seu crânio foi guardado para que fosse velado.

Isso me faz lembrar de histórias trágicas da antiga Grécia. A principal para mim se passa em Tebas, onde o rei Creonte, em sua insanidade, impede a todo custo que Polinice, irmão de Antígona, tenha a honra de ser enterrado e seja comido pelos corvos, exposto à putrefação e à dilaceração.

Dramaturgia ou não, são acontecimentos recentes e reais que, nas redes sociais, geram olhares de desilusão àqueles que governam e dominam nossa nação.

Passados mais de mil anos, esses que se acham superiores a tudo, herdeiros dos Césares, sorriem diante do derramamento de sangue, satisfeitos pelas fartas remunerações, muitas vezes vindas de ações nada corretas.

Pela primeira vez, escrevo sobre minhas ideias dessa ciência que engloba os três poderes que nos rege: Legislativo, Executivo e Judiciário. Poderes que parecem gigantes apontando seus dedos aos menos privilegiados, permitindo  a manutenção do mar da desigualdade que nos afoga dia a dia.

Um tsunami que assola pais obrigados a verem seus filhos famintos sem que tenha condições para alimentá-los. Assim, a desigualdade se torna o alimento da raiva, do ódio, do desamor.

Fica o desafio de depositar nossa esperança na bondade, levar a luz e mesmo quando nossa fé e alegria forem tragadas continuar a lutar. Enraizar em terra podre nosso amor e por mais que o tempo passe e nenhum fruto germine nossa insistência um dia prevalecerá e o lugar que foi por muito tempo habitado pela desolação se renovará cultivando belos e doce frutos, nos fazendo sorrir e renovando a fé num futuro de igualdade e amor.

No momento, o palco central de nosso poder se encontra dominado por gananciosos e insatisfeitos. Eles nos tiram aquilo que não temos, como se sugassem nossas almas e nos fizessem cair em meio ao desânimo e ao dessabor.

Precisamos pisar em pedras duras em nosso caminho, com pontas que nos machucam por percursos longos, que mal garantem nosso sustento. Mas, por mais que estejamos fracos, precisamos lembrar que esses fantasmas querem mostrar nossa incapacidade. Basta então, encarar cada desafio e erguer nossas espadas, na certeza de vitória.