O verdadeiro significado da respeitabilidade

paulohenrique

Existem momentos que acordamos de uma noite mal dormida, que desejamos imensamente sermos o único no mundo. De repente, quando alguém docilmente chega a você e lhe oferta um bom dia, o silêncio torna-se um soco no estômago naquele que não tem nada a ver com sua vida.

Mas há dias que acordamos e a situação é inversa, e a todos queremos abraçar, beijar, dar flores e amores, e, quando nos aproximamos de certas pessoas, a flor que está diante daquele que teve uma noite surrada murcha em um momento de frustração.

Claro que não sou santo, e confesso, sim, tenho muitos erros, sou falho em muitas vezes nas quais ajo sem pensar e quando percebo que cometi algum desvio, paro e penso. Durante uma boa parte de certos dias que cometo tais deslizes, prefiro me abster de minhas ideias, de meus pensamentos.

Mas, na maioria das vezes, acordo bem, procuro, logo que abro meus olhos, e percebo os detalhes de onde estou, planejar o dia, ligar meu computador e celular, dar bom dia ao meu amor, e começar a entrar nesse mundo virtual onde eu posso tudo, menos fisicamente, devido aos meus limites.

Nada me impede de viver, de ir onde preciso ir, que minhas ideias viajem a distantes lugares, chegando a destinos desconhecidos, trazendo resultados surpreendentes e felizes. Sim, estou muito feliz com meu caminhar a cada dia que passa, pois minhas atitudes estão sendo honradas e respeitadas por pessoas que jamais vi.

Realmente é uma grande pena que aqueles que estão diretamente com você, não lhe ofertem o respeito que você aprendeu há anos a dedicar. Se você pergunta “por que está assim triste? Dê um sorriso”, a pessoa lhe dirige espinhos. “Não tenho motivos para sorrir”. Se você tenta expor uma ideia, para facilitar seu trabalho, ela prefere o caminho mais difícil. Bem, nesse caso, você diz que outras pessoas estão fazendo assim, desse jeito, pois é melhor, e a pessoa amarga lhe joga mais espinhos. “Não sou as outras pessoas”.

Compreendo que cada um de nós temos nossos momentos de angústia. Eu mesmo sou muito assim, e para mim, para que eu não jogue espinhos a quem não merece, prefiro ficar no silêncio. Hoje, descobri que o silêncio também pode ser um grande espinho.

Eu não consigo compreender como um lugar onde o lema é a saúde e o bem estar suporta pessoas que sofrem por estar em uma profissão não desejada. Tudo torna-se obrigação, um pesar que gera um desânimo avassalador, em que, em momentos, essas pessoas, não suportando, derramam lágrimas de desconforto emocional.

Acredito que mesmo realizando nossos sonhos, conquistando uma profissão muito amada e desejada, pode lhe trazer muita dor, mas essa, se realmente é algo que você ama, as dores são o sinal que você está dando sempre o seu melhor, e assim, continuará a cada dia mais investindo naquilo que você realmente acredita.

Bem, se você de repente faz algo que a cada dia lhe traz um sofrer, permanecer nessa situação não lhe trará felicidade, muito ao contrário, lhe trará desânimo e dor. Mas, essa dor é bem diferente da outra, é como um espinho na carne, que a cada momento, fazendo aquilo que não se quer realmente, penetra mais e mais em nossa pele.

Tente se colocar no lugar de alguém que se feriu gravemente. Estando em um lugar estranho e nas mãos de muitos, lhe traz desconforto. Você se sente invadido, desprotegido, mas é necessário que isso seja feito para lhe dar a chance de cura. Um ambiente hospitalar é assim, existem dores, choros e muito sofrer.

Tentem pegar um animal, seja ele qual for, e coloque-o em uma situação que ele se sinta ameaçado. Sofreremos ameaças de morte, pois ele quer se defender, quer estar onde sempre esteve, enfim, quer a liberdade.

Assim também somos nós, se estivermos em um lugar desconhecido, cercado por quem não conhecemos, sentimos dor e medo. Em certos casos, há aqueles que têm certa aceitabilidade, porém, existem outros que agem de maneira feroz e agressiva.

Tenho consciência de que existem dois mundos aqui dentro: um, dos profissionais, o outro, dos que precisam de auxílio. O que é incrível, é que ambos se tornam um só, mesclados em várias emoções. Penso e vejo que, na maioria delas, existe sim a falta da respeitabilidade. Acredito que a humanização deveria intervir, para mostrar qual a importância dessa grande palavra para que ambos os mundos tenham uma união harmoniosa.

Se eu te respeito, no mínimo, espero também ser respeitado.