Minha Primeira Bienal Internacional do Livro – 2016

paulohenrique

Sábado, 27 de agosto, tive a oportunidade de viver a experiência inédita de visitar a 24ª Bienal Internacional do Livro.

Ao chegar no local, fui muito bem recebido por alguns membros da organização do evento e também da assessoria de imprensa do local.

No momento de minha chegada, um sentimento de ansiedade tomou conta de mim, justamente por não ter um certo envolvimento com o ambiente. Passar entre olhares curiosos, se você não estiver preparado, pode se tornar um grande incômodo. Mas isso passa despercebido sendo que na verdade você não pode se achar diferente de quem quer que seja, mesmo quando alguém tem que empurrar você em cima de uma maca hospitalar.

Amei estar em um lugar onde os livros são sua companhia. Cada estande, cada pilha de livros era de encher os olhos. Eu tive sim uma imensa vontade de levar todos para casa.

Eu estava acompanhado pelos meus amigos, que são, para mim, irmãos, e também pelo meu irmão de sangue que, em boa parte ao meu lado, filmou essa minha grande aventura.

Todos caminharam comigo, por lugares que eu quis conhecer. Estávamos sendo escoltados por dois membros do Corpo de Bombeiros –sempre quando havia um obstáculo, eles davam um jeito de abrir caminho.

Passei por um estande onde havia mangás e muitos heróis. Fiquei maravilhado com tantos livros juntos, mas comprei apenas dois.

À tarde, depois de tanto andar, meus amigos pediram um tempo para descansar. Dois foram ao banheiro e meu irmão ficou comigo, atento ao seu celular. Fiquei cerca de meia hora parado em um lugar, olhando tudo e todos que passavam. Ao longe, e à minha frente, havia um cartaz com os dizeres: “Felicidade ou Morte”. Achei interessante essa reflexão e quando realmente observei, era um editora de livros sobre filosofia, isso porque, mais para a direita daquele cartaz, havia um pôster na horizontal com fotos de vários escritores; entre eles estava Leandro Karnal.

Fiquei atento aos detalhes em meio ao som de muitos que estavam presentes no evento. Observei uma moça que caminhava junto à sua filha que a seguia e parecia ter 2 ou 3 anos. A mãe segurava um pequeno pacote de pipocas e se agachou para permitir que sua filha pegasse um pouco. Com sua pequena mão, a menina pegou 3 pipoquinhas e deixou uma cair ao chão. Nesse momento, tudo se transformou.

Coloquei-me no lugar daquela pipoca abandonada e jogada ao léu. As pessoas passavam e nenhuma delas a percebeu. Por um momento, ela permaneceu no mesmo lugar, quando, de repente, um jovem a chutou.

Fiquei ali observando o destino trágico daquela pipoca, que mais uma vez foi chutada para outra direção. Parei um pouco de observá-la e voltei minha atenção para outras pessoas.

Olhando novamente aquele cartaz, “Felicidade ou Morte”, entendi que era uma escolha. O que eu deveria escolher? O que realmente faz sentido e para onde caminhar. Foi quando, então, procurei pela pipoca que já não estava mais no mesmo lugar, e quando vi, ela estava bem distante e completamente pisoteada.

Minha escolha é a felicidade, pois, alguns têm a mania de se lançar ao mundo e nem sequer têm a noção do que esteja fazendo aqui. Assim foi aquela pipoca, sem destino, sem objetivo. Aliás, objetivo teve: o de me permitir refletir melhor sobre a minha vida.